Hera, A Mimalha
Igreja de Azinhoso
A igreja paroquial de Azinhoso é um dos mais importantes templos medievais transmontanos, não obstante a sua localização periférica e as múltiplas dúvidas que subsistem em relação à exacta cronologia da edificação.
Uma tradição veiculada pelo Guia de Portugal (3ªed., 1995, p.1026) viu no campanário a inscrição de 1196, data que foi, então, relacionada com uma eventual campanha construtiva templária, uma vez que, por essa altura, a Ordem detinha os territórios de Mogadouro e de Penas Róias. Tal informação, todavia, não se veio a confirmar e, ainda na primeira metade do século XX, o Abade de Baçal esclareceu que a inscrição era apócrifa, enquanto que Mário Barroca, mais recentemente, não encontrou quaisquer vestígios desse letreiro (BARROCA, 2000, p.1185). Mas se não é possível atribuir a actual igreja a um passado tão remoto, o facto é que quando se terraplanou o terreno envolvente, aquando do restauro a cargo da DGEMN, apareceram uma série de sepulturas escavadas na rocha, junto ao "ângulo noroeste do templo" (BARROCA, 2000, CD-ROM), o que sugere uma relativa antiguidade de ocupação religiosa deste local, provavelmente a rondar os séculos X-XI.
Estilisticamente, o templo adequa-se a esta cronologia e, especialmente, à região periférica em que se insere. Os seus portais, em arco já apontado, decorados com motivos perlados e quadrifoliados de tratamento sumário, inscrevem-se no que se chamou Românico tardio, ou de resistência, linguagem estilística comum no Norte e Interior do país até datas a rondar os séculos XIV e mesmo XV. Existem, todavia, algumas características que apontam para uma relativa importância da obra, como a monumental e cenográfica fachada principal, extremamente alta e rematada axialmente por campanário de dupla sineira e o amplo interior, embora de nave única.
No século XV, a igreja teve grande importância regional, instituindo-se como verdadeiro centro de romaria. Datará dessa altura o alpendre existente do lado Norte e que, de acordo com os vestígios nas restantes fachadas, rodearia toda a frontaria do templo, ligando os três portais. Em finais do século XIV, D. João I passou pela povoação e terá oferecido ao seu templo paroquial um firmal para a imagem de Nossa Senhora que ainda existe no interior (AFONSO, 1988, pp.135-136). Algum tempo depois, D. Luís Eanes de Madureira, vigário geral do arcebispo de Braga, fez-se sepultar em arcossólio no interior da igreja, obra decorada com pinturas murais semelhantes a outras encontradas na fachada principal da Sé de Braga, o que permite supor da acção de uma mesma oficina (AFONSO, 1996, pp.64-65).
Com o passar do tempo, registaram-se algumas alterações no conjunto. As mais importantes deram-se no tempo barroco, quando se realizaram os retábulos laterais e o retábulo-mor, este ainda do século XVII, e a edificação da Casa da Misericódia (1647), anexa ao lado Norte da capela-mor.
Para informações mais detalhadas, por favor consulte: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74235
Visita mediante marcação prévia.
M. Largo da Igreja
5200 Azinhoso; Mogadouro
T. (+351) 279 341 641 e (+351) 279 342 221 (Contacto da Junta de Freguesia)
Uma tradição veiculada pelo Guia de Portugal (3ªed., 1995, p.1026) viu no campanário a inscrição de 1196, data que foi, então, relacionada com uma eventual campanha construtiva templária, uma vez que, por essa altura, a Ordem detinha os territórios de Mogadouro e de Penas Róias. Tal informação, todavia, não se veio a confirmar e, ainda na primeira metade do século XX, o Abade de Baçal esclareceu que a inscrição era apócrifa, enquanto que Mário Barroca, mais recentemente, não encontrou quaisquer vestígios desse letreiro (BARROCA, 2000, p.1185). Mas se não é possível atribuir a actual igreja a um passado tão remoto, o facto é que quando se terraplanou o terreno envolvente, aquando do restauro a cargo da DGEMN, apareceram uma série de sepulturas escavadas na rocha, junto ao "ângulo noroeste do templo" (BARROCA, 2000, CD-ROM), o que sugere uma relativa antiguidade de ocupação religiosa deste local, provavelmente a rondar os séculos X-XI.
Estilisticamente, o templo adequa-se a esta cronologia e, especialmente, à região periférica em que se insere. Os seus portais, em arco já apontado, decorados com motivos perlados e quadrifoliados de tratamento sumário, inscrevem-se no que se chamou Românico tardio, ou de resistência, linguagem estilística comum no Norte e Interior do país até datas a rondar os séculos XIV e mesmo XV. Existem, todavia, algumas características que apontam para uma relativa importância da obra, como a monumental e cenográfica fachada principal, extremamente alta e rematada axialmente por campanário de dupla sineira e o amplo interior, embora de nave única.
No século XV, a igreja teve grande importância regional, instituindo-se como verdadeiro centro de romaria. Datará dessa altura o alpendre existente do lado Norte e que, de acordo com os vestígios nas restantes fachadas, rodearia toda a frontaria do templo, ligando os três portais. Em finais do século XIV, D. João I passou pela povoação e terá oferecido ao seu templo paroquial um firmal para a imagem de Nossa Senhora que ainda existe no interior (AFONSO, 1988, pp.135-136). Algum tempo depois, D. Luís Eanes de Madureira, vigário geral do arcebispo de Braga, fez-se sepultar em arcossólio no interior da igreja, obra decorada com pinturas murais semelhantes a outras encontradas na fachada principal da Sé de Braga, o que permite supor da acção de uma mesma oficina (AFONSO, 1996, pp.64-65).
Com o passar do tempo, registaram-se algumas alterações no conjunto. As mais importantes deram-se no tempo barroco, quando se realizaram os retábulos laterais e o retábulo-mor, este ainda do século XVII, e a edificação da Casa da Misericódia (1647), anexa ao lado Norte da capela-mor.
Para informações mais detalhadas, por favor consulte: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74235
Visita mediante marcação prévia.
M. Largo da Igreja
5200 Azinhoso; Mogadouro
T. (+351) 279 341 641 e (+351) 279 342 221 (Contacto da Junta de Freguesia)